Treinos de Logan Patrick Lehman

Born to Die

Levantei furioso como sempre… Começava a me perguntar se não seria filho de Ares, não conseguia simplesmente me manter calmo. Andava de um lado ao outro no chalé de Éris, era o único do chalé o que era até bom, contudo, eu precisava bater em alguém, despejar aquela raiva que eu sempre sentia, então decidi sair dali. Antes de tudo tomei um banho, era necessário ao menos refrescar um pouco a mente e o corpo, talvez isso funcionasse para aliviar o ódio. Depois do banho, ainda estava furioso e neste momento já pensava seriamente em ir para a arena. Com vestes simples, uma camisa do acampamento, calça jeans e o all-star mais desgastado que você já viu na vida, encaminhei-me para fora do chalé. Um colar que havia ganhado de minha “mãe divina”, estava preso em meu pescoço. Depois que fui reclamado continuei sem mãe e sem família, então do que adiantava ser reclamado? A única coisa que ela me dela era aquilo, que todos diziam ser uma arma. Eu não sabia nem ao menos usar, só que agora com toda certeza iria aprender. Por precaução levou a adaga presa ao cinto.
Meus passos foram largos e decididos rumo ao local, que alguns homens-bodes havia me indicado no dia anterior. Seria tão interessante isso de poder despejar minha raiva em alguém ou alguma coisa e melhor, ninguém ia reclamar, era maravilhoso. Um dos motivos por eu não ter ido embora quando pisei naquele lugar e o outro era óbvio, depois que matei aquele homem não poderia voltar para o mundo lá fora nem tão cedo.
Cheguei finalmente a construção quase colossal da arena, que curiosamente me lembrava daqueles filmes que eu via na casa do meu tio. Adentrando ao local, percebi que era ainda mais majestosa por dentro, feita toda de mármore num formato circular, as arquibancadas se estendiam até bem alto, o chão batido de areia me desagradou. – Essa coisa vai ficar presa no meu tênis. – Eu odiava areia, sempre ficava agarrada em locais desagradáveis e isso me incomodava. Vários outros garotos faziam algumas atividades por ali. Arco e flecha, percebi espadas, escudos, alguns treinavam sozinhos, outros treinavam em grupos ou duplas. Retirei-me a um canto sossegado, não queria ser incomodado. Alguns bonecos de madeira estavam cravados no solo a minha frente. – Não é o que eu queria só que vai ter que servir. – Segurei o pingente do colar, era uma pequena cobra dourada. – Tá agora vira uma arma. – Ordenou para o objeto como se esse pudesse lhe ouvir. Nada ocorreu, o garoto bufou e pegou a adaga no cinto. Girou em mãos e correu para o boneco descrevendo um golpe da direita para esquerda fazendo um corte em diagonal. Sabia bastante usar armas brancas já que ela sua arma favorita quando tinha que roubar algo, rápido e prático. Continuou cortando em diagonal, trocando de mãos rapidamente, talvez ambidestria fosse uma das habilidades que mais mensurava.
Uma algazarra desviou a atenção do garoto para o canto oeste. Percebeu alguns garotos correndo, eles passaram próximos a ele. – Corre Harpia. – Logan não correu e muito menos entendeu o que os garotos falavam. Ouviu um barulho bem estranho e olhou para cima. Uma criatura meio mulher meio ave voava em sua direção com as garras prontas para o abate. A única coisa que conseguiu foi rolar para o lado com rapidez. Olhou para o lado em que estava e percebeu que o monstro já levantara voo e rondava ele sedenta por sangue. Sorriu se levantando. – Venha sua criatura, preciso de sangue. – O monstro veio sedento e tão rápido que o rapaz pulou para o lado e mesmo assim foi acertado no braço. Tudo que conseguiu de bom com o movimento é acertar a base da pata da criatura. Arrependeu-se de não ter escolhido uma blusa de mangas, observou seu braço escorrer um pouco de sangue e o ódio crescente se apoderou dele. A criatura veio rapidamente com suas patas e o derrubou com um golpe nas costas próximo ao ombro. O rapaz praguejou e ao levantara percebeu que havia outro arranhão nas costas. Olhou para a sua arma caída no chão e para a criatura que já voltara ao ataque. Pela primeira vez rezou para os deuses, esperou-a vim segurando em seu cordão. Quando estava bem próxima pulou para o lado desviando do golpe e cortando com a espada em mãos a perna do bicho que foi ao chão. Espantado olhou para suas mãos que agora empunhavam uma espada com uma lamina vermelha. Olhou de volta para o monstro agonizando no chão e sorriu malicioso. Correu cravando a espada na barriga da criatura girando até ela virar pó. Admirou a lamina banhada com sangue e experimentou um extinto assassino e violento.
Levantou a cabeça e percebeu que todos o olhavam. Deu de ombros e saiu dali evitando os olhares dos outros semideuses. Assim que saiu a espada se transformou em cordão novamente. O garoto mesmo suado e machucado ainda possuía um sorriso nos lábios, agora ele possuía um instrumento para matar...